Jornal de Negócios

Retirado do Jornal de Negócios
Data: 16 Março 2009
Autor: Fernando Sobral
Título: Quem é o peixe?
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Há um ditado no jogo do poker que diz: "à volta da mesa, temos sempre de saber quem é o peixe. Se não sabemos, é porque somos nós o peixe". No caso, o peixe é o pior jogador na mesa e é o que está efectivamente a pagar os ganhos de todos os outros.

O poker é, também, o jogo do "bluff", em que se finge um jogo superior ao que se tem efectivamente, esperando que os outros acreditem e se amedrontem.

Estas duas lições do poker servem-nos perfeitamente para percebermos melhor o que se passa em Portugal.

Quem são os peixe por aqui? São os que pouparam e os que pagam impostos.
Definitivamente, neste país, esses são sempre os piores jogadores nos jogos que entretêm quem está à mesa.

O mesmo se passa na economia mundial: são os países onde os cidadãos pouparam que estão a alimentar as obrigações estatais das economias mais fragilizadas.

Em Portugal o peixe do poker é o contribuinte. Os peixes continuam por aí, disponíveis e distraídos. Mas o poker tem aplicações mais divertidas entre nós. Veja-se Manuel Alegre, quando diz: "O Partido quer ir às eleições comigo ou sem mim? Essa é que é a questão"?
Alegre faz o "bluff" político da sua vida. Nem vale o milhão de votos que teve numas eleições presidenciais, nem tem um projecto político consistente.

Alegre é o megafone do seu próprio eco. Ou do seu próprio ego. A acreditar-se nas palavras de Alegre, o PS é menor do que ele próprio.

Como "bluff" é uma jogada poderosíssima mas, claro, condenada ao fracasso.
Neste jogo, Alegre é o peixe da mesa. Mas ainda não reparou nisso.

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